BNDES poderá emitir CDB e Letras Financeiras

Categoria AAI
13 agosto 2016, Comentários 0

Finalmente teremos operação típica de tesouraria. Ter autonomia é um ganho.

Maurício Borges, diretor financeiro do BNDES

BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou neste último dia 18 uma série de decisões que poderão impactar o programa de estudos para quem se prepara para a prova da Ancord (Agente Autônomo de Investimento), CPA10, CPA20 e CEA. Se você faz parte deste grupo, este artigo pode lhe interessar.

Ingresso no SPB

Em 2002 foi implantado o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Na ocasião o BNDES avaliou o custo do ingresso e optou por não integrá-lo. Mas os tempos mudam, e com ele a dinâmica econômica exige renovações.

Desde então os desembolsos do banco a clientes saltaram de R$ 30 bilhões para cerca de R$ 180 bilhões ao ano, o que justificou reavaliar aquela decisão.

O gatilho foi disparado em 2009 quando o Banco Central abriu uma nova janela para que agências de fomento entrassem para o SPB. Neste mesmo ano o BNDES tomou a iniciativa de contratar uma consultoria para iniciar os estudos de viabilidade para o ingresso.

Como resultado, o BNDES criou um departamento específico para a migração e foram fortalecidos os departamentos de gestão financeira e reserva. A migração será finalizada entre os dias 27 e 30, quando encerra o processo de ingresso no SPB.

Novos títulos de captação

Uma outra boa novidade é que partir do próximo mês, com a entrada em operação da tesouraria própria, o BNDES poderá iniciar estudos para captação de recursos no mercado financeiro nacional, via emissão Certificados de Depósitos Bancários e Letras Financeiras.

As letras financeiras são mais adequadas às necessidades da instituição, em função da sua similaridade com as debêntures. O recolhimento compulsório é um desestímulo ao uso do CDB, mas o problema maior é o descasamento de prazos. Não se financia por dez anos com uma fonte de prazo tão curto.

Autonomia

Até então, o modelo operacional adotado pela instituição obrigava à contratação de terceiros – especialmente o Banco do Brasil – para realizar operações típicas de tesouraria. A partir do próximo mês, esta dependência não só se reduzirá como se extinguirá, dado que se prevê para este período a entrada em operação da tesouraria própria da instituição.

O benefício mais evidente desta medida é a redução dos custos operacionais – incluindo aí as tarifas bancárias – o que, por certo, tenderá a aumentar a rentabilidade das suas operações, além de permitir mais eficiência nos controles de segurança operacional.

Considerando que pelas regras de disponibilidade do Banco Central o BNDES precisa manter em caixa um colchão de liquidez de cerca de R$ 40 bilhões, o impacto da mudança pode ser de milhões de reais.

Compliance

Assim como já ocorre com as tesourarias das instituições financeiras privadas e de capital misto, o BNDES adotou medidas de melhores práticas de gestão, segregando funções de tesouraria, captação de recursos e operações interbancárias, o que sugere que a expressão compliance passa a ser fortalecida no jargão interno da instituição.

Conta Reserva do BNDES

O BNDES passará a realizar todas as suas transações financeiras por meio de uma conta reserva bancária própria no Banco Central, o que agilizará as operações no mercado interbancário e permitirá uma melhor administração do casamento entre passivos e ativos. Se você associou esta informação à expressão “hedge” parabéns!

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